Orientação Profissional - Colégio PoliBrasil

Orientação Profissional

 

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Ao chegar no Ensino Médio a temática da escolha profissional começa a se tornar mais presente e rondar os jovens estudantes. Alguns já concretizam uma primeira escolha ao definir por um curso técnico, outros mais especificamente na 3ª série do Ensino Médio elegem uma profissão para prestar o famoso e muitas vezes temido vestibular. Para alguns, pode parecer uma decisão simples e tranquila, mas para outros, este é um grande desafio. No cenário atual, vemos que há cada vez menos regras para o sucesso e a felicidade profissional. Soma-se a isso a ideia de que cada um é responsável por sua carreira e êxito, dependendo apenas de esforço e dedicação, o que não é uma verdade absoluta. Em um mundo em que as perspectivas de futuro por vezes não são claras, em que a paciência e a espera para obter resultados a longo prazo está cada vez mais escassa, em que as informações são fácil e abundantemente obtidas mas por vezes há carência de orientação, debate e aprofundamento, os conflitos e dúvidas podem fazer parte do momento da escolha profissional.

Se de um lado, o diploma universitário não garante um emprego, de outro, sem ele fica muito difícil entrar no mercado de trabalho. Se de um lado, aumentam-se as exigências no mundo do trabalho, de outro, muitas vagas não são preenchidas. De um lado, há centenas de opções de cursos universitários, de outro, existem as dúvidas existenciais em relação às preferências e interesses por estes cursos. Diante de todas essas e outras contradições da sociedade em que vivemos, os jovens se aprisionam na aparente liberdade de sua escolha profissional, o que muitas vezes gera arrependimento, frustração, recomeços etc. Soma-se a isso, dados sobre o aumento do desalento entre trabalhadores de até 24 anos que desistiram de procurar emprego. De acordo com dados da PNAD Contínua e Caged, compilados pela consultoria LCA, enquanto em 2015, 600 mil jovens estavam nesta situação, em 2018, esse número foi para 1,8 milhão de jovens.

Em alguns países é possível cursar dois anos de disciplinas de determinada área do conhecimento e aí sim decidir por uma profissão, diferentemente do Brasil, em que o jovem de 17, 18, 19 anos já deve optar pelo curso logo após finalizar o Ensino Médio. O vestibular marca esta etapa como um rito de passagem.

Assim, escolher a profissão é uma dentre diversas outras escolhas que temos que fazer ao longo da vida. Diferentemente de decisões cotidianas ou triviais, a escolha da profissão é complexa e relevante na medida em que põe em jogo a vida futura do indivíduo, sua inserção como adulto no mercado de trabalho e o lugar que pretende ocupar no mundo.

Vale ressaltar que a questão da escolha profissional ou do “o que fazer quando crescer” é algo relativamente recente na história do homem, uma vez que em outra época isso já era determinado ou nem mesmo considerado.

Atualmente é possível dizer que os jovens possuem mais opções e mais liberdade para decidir sua profissão, o que não quer dizer que são mais bem sucedidos em suas escolhas. É nesse cenário que percebemos que a orientação profissional pode ser extremamente relevante para auxiliar o processo de decisão. Mais do que possibilitar a identificação “do curso” de interesse, seus benefícios são a ampliação do autoconhecimento e da percepção da própria visão de mundo, a identificação de aspectos de vulnerabilidade e aqueles que são potencialmente favoráveis. Além disso, conscientizar-se sobre os fatores de influência (familiares, sociais, históricos, pessoais, circunstanciais, entre outros) é muito proveitoso para ter clareza sobre os critérios de escolha e para o processo de responsabilização da decisão. Refletir sobre as potenciais formas de existir e exercer seu futuro trabalho favorece a desconstrução de ideias preconcebidas que podem ser limitantes e a reconstrução de novas possibilidades de ser e viver. Em última instância, podemos considerar que a orientação profissional está ligada à própria questão essencial sobre nossa existência: qual é nosso projeto de vida e o que gostaríamos de deixar como legado por meio de nosso trabalho? Qual é nosso propósito e o que nos traz um senso de sentido?

Que nossos jovens que buscam orientação possam encontrar perspectivas de respostas para estas questões e trilhar o percurso que lhe é próprio e indelegável.

Texto: Mariana Gonçalo | Foto: Depositphotos

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